Os Homens e a Vaidade não declarada Coluna Tribuna Livre Dr. Gustavo Mello
OS HOMENS E A VAIDADE NÃO DECLARADA
Não são apenas as mulheres que se preocupam com a vaidade. Apesar de não declarar abertamente, a ala
masculina é tão vaidosa quanto a ala feminina e, atualmente, está disposta a fazer desde tratamentos estéticos
mais simples a procedimentos cirúrgicos, para ficar bem com o corpo e, por tabela, com a autoestima.
Podemos dizer que a vaidade masculina é, muitas vezes, velada. Enquanto mulheres chegam
ao consultório por indicação deamigas, homens fazem uma busca solitária, pesquisando na internet por contatos de cirurgiões, para não explicitarem a preocupação com a beleza e a busca por aperfeiçoá-la.
Na relação entre médico e pacientes homens, o sigilo é peça chave. Na maioria das vezes, eles
não querem que ninguém saiba que passaram por procedimentos cirúrgicos. E hoje, com a evolução das cirurgias plásticas, esse sigilo absoluto é facilitado.
Os procedimentos podem ser feitos com incisões mínimas, tempo de recuperação curto e resultados muito naturais.
As intervenções estéticas mais procuradas pelos homens, atualmente, são cirurgias de lipoaspiração, rinoplastia (plástica no nariz) e transplante capilar.
Talvez por vivermos em uma sociedade machista, a vaidade masculina ainda seja um tabu para eles. E, às vezes, é um tabu também para elas.
Muitas mulheres acham que cabem unicamente a elas ser a pessoa do casal preocupada em ficar em dia com a aparência. Esses preconceitos, porém, precisam cair por terra. O mercado já constatou que o homem é
tão vaidoso quanto a mulher.
Prova disso são os serviços na área da estética criados somente para eles, como salões exclusivos
para homens. Quando um homem é vaidoso e a mulher que está com ele aceita isso, eles se
entendem bem. Afinal, um sempre vai concordar com as necessidades e os gastos do outro com
a aparência.
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apontam que, nos últimos anos, o número de homens que se submeteram a algum procedimento cirúrgico com fins estéticos mais que dobrou. E essa realidade é constatada no dia a dia dos consultórios.
Se, antes, eles representavam 10% dos pacientes, hoje os homens são 35% das pessoas que chegam ao consultório em busca de um acerto com a autoestima e, mais do que isso, com as oportunidades. Isso mesmo! Hoje, a aparência é um valor agregado, por isso ela está diretamente ligada às oportunidades. Um homem de
boa aparência causa um resultado positivo logo na primeira impressão e, como consequência de ser
bem visto, fica com a autoestima elevada, com vontade de produzir e apresentar bons resultados. Logo, é
mais vantajoso no mundo corporativo.
A história parece e é complexa, mas também é extremamente verdadeira. A vaidade influencia no psicológico das pessoas, no relacionamento que elas mantêm com as outras e nos resultados que conquistam no decorrer da vida pessoal e profissional.
E também independe de idade. Podemos observar, já nos meninos, a vontade de escolher, sozinhos, a
roupa que querem vestir. E, no outro extremo, idosos de 75 anos procurando por transplante capilar.
A vaidade masculina não é motivo de vergonha. Pelo contrário, ela é uma necessidade. É uma questão de autoafirmação nos dias de hoje, em que a aparência (mas claro que não somente ela) dita muitas regras, tanto nas relações interpessoais como nas relações de trabalho, em um mundo extremamente competitivo.
Gustavo Mello é cirurgião plástico